Até a criação de Lobato ganha traços de mangá

A idéia foi do artista Fábio Shin e as ilustrações expostas em biblioteca também agradaram à garotada

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Por Redação
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Apaixonado por mangás desde os 5 anos - por conta da influência de vizinhos japoneses - o artista paulistano Fábio Shin recebeu um convite muito especial em junho da Secretaria Municipal de Cultura de Osasco. Deveria criar desenhos para expor na biblioteca pública em dupla comemoração: o centenário da imigração japonesa e os 60 anos de morte de Monteiro Lobato (1882-1948). Veja galeria de imagens Não teve dúvida. Recriou no estilo mangá cinco personagens do Sítio do Picapau Amarelo. O sucesso foi tão grande entre a garotada que ele deu seguimento ao trabalho e criou uma série de ilustrações, 18 delas atualmente expostas na Biblioteca do Santander Cultural, dentro de um projeto voltado para alunos da rede pública. Num desses desenhos, Lobato é um boneco nas mãos da Emília. "As pessoas ainda não tinham se dado conta, mas Emília tem tudo a ver com o mangá", explica Shin. "Ela é uma boneca, mas tem sentimentos humanos", diz. E explica: "Essa é uma das mais atraentes características do mangá: a humanidade. Por exemplo, o super-homem, só para citar um herói de quadrinhos, não tem dor de barriga, não tem fome, não vai ao banheiro. Os personagens de mangá brigam, têm raiva, ficam felizes ou tristes, erram. A Emília é sapeca, adora pregar peças, tem tudo de mangá." E não só ela. Para a exposição, Shin criou tirinhas de algumas histórias do sítio, como A Chave do Tamanho. E ainda dá oficinas de mangá para alunos da rede pública. Quanto à jovem Mônica, ele sentiu falta das emoções. "Os personagens têm olho grande para expressar sentimentos." Mas elogia a coragem de Mauricio de Sousa. "Tiro o chapéu pela ousadia e sei que a tendência é ficar muito bom. O número 3 já é muito melhor do que o primeiro."

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