
18 de dezembro de 2019 | 10h46
O artista Simone Fugazzotto defendeu nesta terça-feira, 17, uma campanha antirracismo lançada pela liga italiana que utiliza suas imagens de macacos e que foi amplamente criticada.
O racismo assola o futebol italiano há tempos. Jogadores negros são alvos frequentes de insultos nos estádios, e a mídia mostra pouca sensibilidade em relação ao assunto.
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“Tenho orgulho do que fiz, porque talvez pela primeira vez podemos realmente confrontar este problema”, disse Fugazzotto à Reuters.
Na tentativa de confrontar o problema do racismo, a liga divulgou uma série de três pinturas de macacos feitas por Fugazzotto abaixo do slogan “Não ao Racismo”.
A iniciativa provocou uma avalanche de críticas nas redes sociais, e grandes times da primeira divisão se distanciaram da campanha, mas Fugazzotto disse que pretendeu desafiar os preconceitos.
“Tentei inverter as palavras dos racistas. No estádio eles gritam ‘macaco’, atiram bananas no campo e imitam ruídos de macacos, então eu disse... vou inverter esse tema do macaco e direi que somos todos macacos”, explicou.
As imagens apareceram primeiro na televisão e em jornais da Itália durante o verão e não provocaram reação, mas houve uma reação negativa intensa na segunda-feira, 16, quando elas foram usadas em um evento em Milão, e comentários negativos logo inundaram as redes sociais.
“Eu esperava alguma polêmica, mas nada assim”, disse Fugazzotto, descrevendo a reação como um “manicômio total”.
O grupo antiracismo Fare descreveu o uso de imagens de chimpanzés como uma “piada doentia”, e os times Roma e Milan repudiaram a campanha.
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