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Arquitetos de novo teatro têm ''notória especialização''

Por Jotabê Medeiros
Atualização:

Outra polêmica levantada na gestão de João Sayad foi o anúncio do plano de construção do Teatro de Dança, na Luz, projeto dos arquitetos suíços Jacques Herzog e Pierre de Meuron, autores do Estádio Olímpico de Pequim (conhecido como Ninho do Pássaro). É o maior projeto da secretaria para o biênio 2009-2010, em frente à Sala São Paulo, na Luz, parte de um complexo cultural com três teatros, num terreno de 19 mil m² no Centro. O projeto está orçado em R$ 300 milhões, originários do Tesouro do Estado. Nenhuma empresa brasileira participou da seleção e o assunto foi parar na Justiça, já que o Instituto de Arquitetos questiona a decisão. Sayad considera que o novo edifício, instalado em região degradada, vai ajudar a revitalizar o Centro de São Paulo. A sua decisão de contratar os arquitetos suíços Jacques Herzog e Pierre de Meuron para projetar a sede da SP Companhia de Dança tem causado controvérsia. Arquitetos questionam o porquê da ausência de licitação ou de um concurso internacional. O sr. considera essa uma decisão acertada? O princípio que guiou a escolha foi o da notória especialização, amparado por lei federal. O escritório Herzog & De Meuron, como o OMA e Foster + Partners (que também foram consultados) são detentores do Pritzker, o mais importante prêmio da arquitetura mundial. Achamos saudável trazer para o País a experiência de arquitetos tão conceituados. Por outro lado, arquitetos brasileiros de renome, como Oscar Niemeyer e Paulo Mendes da Rocha, também detentores do Pritzker, estão representados em outras obras de grande porte nas três esferas de governo. A Secretaria da Cultura de São Paulo se opõe à aprovação do Estatuto de Museus, em discussão no Senado Federal. Por que há essa oposição tão forte e por que ela só se efetiva agora, após discussão de quase 5 anos do tema em outras instâncias? O projeto de lei em aprovação não está há cinco anos em discussão, mas há dois. Como não há oposição na Câmara dos Deputados, ele foi aprovado. No Senado, a situação é outra. Consideramos a proposta mal formulada. Ela também não atende ao princípio federativo, qual seja: os Estados e municípios poderem escolher o modus operandi de seus museus. Além disso, o projeto de lei não atende ao Código Civil Brasileiro quando trata das associações. De outro lado, é reducionista, como o próprio senador Flávio Arns (PT-PR) destacou em sua declaração na audiência pública, propondo que haja um capítulo específico para a sociedade civil e para museus privados, fato que o projeto de lei não atende.

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