A.I., Kubrick, Spielberg e o excepcional Haley Joel Osment

PUBLICIDADE

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

É curioso que Stanley Kubrick, que se exilou em Londres para viver bem longe de Hollywood, tenha se ligado por amizade a Steven Spielberg no fim da vida. E mais curioso ainda que tenha pedido a Spielberg que realizasse o filme baseado no roteiro que adaptou de uma história curta de Brian Aldiss (Super Toys Last All Summer Long). Spielberg tende a ser sentimental, Kubrick era frio e racional. O resultado da inusitada parceria - um Spielberg com roteiro de Kubrick, é verdade que reescrito - resultou em A.I. - Inteligência Artificial, às 16 horas no Telecine Pipoca. O filme foi feito, adivinhem, em 2001. Spielberg, que durante anos foi acusado de ser um adulto infantilizado, portador da Síndrome de Peter Pan - ou seja, recusava-se a amadurecer -, sempre foi atraído pela ficção científica. A história de A.I. passa-se nesse futuro em que que a ciência criou o robô-criança perfeito, capaz de sentir emoções. Mas ele é adotado por uma família que perdeu o filho e o rejeita. O pequeno robô inicia então uma trajetória que se assemelha à de outro personagem célebre - Pinóquio, o boneco que queria ser humano. Por menos convincente que seja A.I., como híbrido de Kubrick e Spielberg, a interpretação de Haley Joel Osment só merece admiração.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.