A vanguarda no olhar de Maya

Programação na Caixa Cultural resgata a diretora cult que foi longe na experimentação nos anos 1940 e 50

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Por Luiz Carlos Merten
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Cineasta, coreógrafa, dançarina, fotógrafa, poetisa, teórica. Talvez fosse necessário todo o espaço deste texto para descrever as múltiplas habilidades de Maya Deren. Ao longo de 20 anos, entre o princípio dos anos 40 e sua morte súbita em 1961, ela definiu os caminhos da vanguarda norte-americana. Tudo o que veio depois parece desdobramento do que ela ousava. Sua obra, destacam Silvia Hayashi e Laura Faerman, curadoras do evento dedicado a Maya que começa hoje na Caixa Cultural, não se enquadra no modelo hollywoodiano tradicional nem no conceito de ?independente? - que muitas vezes é apenas outro tipo de convencionalisnmo - na produção dos EUA. Maya usou o cinema como suporte para pesquisas que buscam ferramentas na literatura, na dança, no balé, na psicanálise. O espectador que por acaso tivesse de escolher apenas um título da programação deveria escolher Meshes of the Afternon. Este pequeno grande filme de apenas 14 minutos demorou mais de 15 anos para ser feito, de 1943 a 59. É um experimento raro de cinema não narrativo, explorando o subconsciente de uma mulher, interpretada pela própria diretora. Se você pensar em Estrada Perdida e Cidade dos Sonhos assistindo a Meshes não será mera coincidência, mas seria injusto associ\ar somente Lynch a ela. Kenneth Anger, Andy Warhol, Jonas Mekas, todos são crias de Maya. Serviço Mostra de Filmes Maya Deren. Hoje a dom., 15h, 17h e 19h: Meshes of the Afternoon; At Land; A Study in Choreography for Camera; Ritual in Transfigured Time; Meditation on Violence; The Very Eye of the Night. Caixa Cultural. Praça da Sé, 111, 3321-4400. Grátis. Até 12/4

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