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A mais nova criptonita no sapato da Rede Globo

Por Keila Jimenez
Atualização:

O primeiro capítulo de Os Mutantes, nova novela Record - bem, não tão nova, pois é uma continuação -, teve cara mesmo é de último capítulo. A trama entrou no ar sem nenhuma vinheta, nada, com o julgamento da mocinha da novela passada, Caminhos do Coração, Maria, vivida por Bianca Rinaldi. Com trilha e cara de decisão, o tribunal de júri em questão trazia as mesmas caras de sempre, com direito aos micos de sempre, também. Depois de correr de dinossauros, eis que surge o premiado Cássio Scapin em forma de holograma. Cerca de 40 minutos se passam sem intervalo comercial e, a essa altura do capítulo, o público já entendeu que Os Mutantes se trata mesmo de uma seqüência, com direito a reciclagem geral. Estão de volta os dinossauros, vampiros sarados, a ilha perdida à la Lost, ataques de lobisomens no Teatro Municipal... Teatro Municipal? Sim, é aí que entram as bem dirigidas cenas de ação da novela, momento em que a vontade de prestar atenção é maior que a de rir. As crianças prodígio da edição anterior continuam em cena. Mas a maior mutação no ar é real. O pequeno Pedro Malta agora fala grosso, tem pêlos, cresceu. Os efeitos especiais de Caminhos permanecem a serviço da nova novela. Não são capazes de transformar a ex-miss Brasil, Nathalia Guimarães, em talento promissor. Mas seguem impressionando, como a audiência (24 pontos), uma das maiores da história da Record, e a capacidade do autor de inventar criaturas e diálogos dignos de HQ de Superman. Os Mutantes é claramente a mais nova pedra no sapato da Globo, ou melhor, criptonita.

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