A discografia daquele que deu voz à dor-de-cotovelo

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Por Francisco Quinteiro Pires
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Embora Jamelão tenha lançado dezenas de discos ao longo da carreira - sua estréia foi no fim dos anos 1940 -, a discografia disponível atualmente no mercado é composta de coletâneas. É o caso de A Voz do Samba (1997), compilação da Warner dividida em três volumes, com um total de 42 gravações. Na trinca de CDs, ele faz um passeio pelos gêneros em que se consagrou: os sambas-canção e sambas-enredo. Jamelão interpreta Cântico À Natureza (Nelson Sargento, Alfredo Português e Jamelão), Exaltação à Mangueira (Aloisio Dias e Enéias Brites), Quatro Séculos de Paixão (Arroz e Tião Graúna), Linguagem do Morro (Padeirinho e Ferreira dos Santos), Apoteose ao Samba (Mano Décio da Viola e Silas de Oliveira), Meu Barraco (Duque e Dilu Melo), entre outras. Além de cantar samba-enredo e partido alto, Jamelão se consagrou interpretando o samba-canção, gênero nascido na dor-de-cotovelo. É uma variedade de samba urbano que adaptou o ritmo da batucada carioca a letras sentimentais, acentuando o seu caráter melódico. Jamelão foi o melhor intérprete de Lupicínio Rodrigues, como o próprio compositor gaúcho admitia. Em 1972, o sambista lançou o elepê Jamelão Interpreta Lupicínio Rodrigues, em que é acompanhado pela Orquestra Tabajara de Severino Araújo. Entre as 12 composições, estão Nervos de Aço, Sozinha, Quem Há de Dizer (com Alcides Gonçalves), Ela Disse-me Assim, Torre de Babel, Vingança, que também podem ser ouvidas na série A Voz do Samba. Em Cuidado Moço, um 33 rotações de 1969, que está disponível em CD, Jamelão gravou, entre outras, Obra-Prima (Lúcio Cardim e Norberto Paiva), Caixa de Ódio (Lupicínio Rodrigues), Rei Sem Coroa (Codó e Francisco Dias Pinto) Eu Me Recordo (Antônio Bruno) e músicas de sua autoria, como Cuidado Moço (com Bidu) e A Vida é Isso. A gravação feita em 1992 de um programa Ensaio, comandado por Fernando Faro na TV Cultura, já saiu em DVD (60 min.). Além das entrevistas, Jamelão canta Fita Meus Olhos (Cartola e Baiaco), Maior é Deus (Fernando Martins e Felisberto Martins), Folha Morta (Ary Barroso), entre outras.

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