A bela exceção na sombria carreira de David Lynch

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Por Ubiratan Brasil
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O cineasta David Lynch vem a São Paulo em agosto. Será para o lançamento de um livro (Em Águas Profundas: Criatividade e Meditação, pela editora Gryphus), mas também uma rara oportunidade para se conhecer melhor o pensamento responsável por um cinema obscuro e, ao mesmo tempo, fascinante. Curiosamente, a única exceção nessa filmografia será exibida hoje pelo Telecine Cult, A História Real, às 17h30. Apesar de ser um road movie ao estilo de Estrada Perdida e Coração Selvagem, o tom agora é menos sombrio. Conta a história de um viúvo de 70 anos que vive com a filha em Iowa. Ao descobrir que o irmão sofreu um derrame, ele decide pôr fim ao período de mais de dez anos de afastamento. Assim, montado em um pequeno trator, ele cruza o país até chegar ao parente. A narrativa é baseada em uma história real, publicada nos jornais, e Lynch procurou, mais que um reencontro com alguém, mostrar uma reconciliação consigo mesmo. É o que acontece com o personagem principal, magnificamente interpretado por Richard Farnsworth, que concorreu ao Oscar. Mas, por sofrer de câncer, ele decidiu abreviar a vida a enfrentar um penoso envelhecimento.

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