A arte de dois gênios, Keaton e Chaplin, um após o outro

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Por Luiz Carlos Merten
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Um tornou-se conhecido como o homem que nunca ria. O outro não tinha medo de ser sentimental. Buster Keaton e Charles Chaplin foram dois dos maiores cômicos do cinema. Você poderá vê-los em seqüência, no Telecine Cult. Às 15h30, o canal mostra Marinheiro de Encomenda. Às 16h45, Luzes da Cidade. Filho de marinheiro, Buster Keaton resiste quanto pode às tentativas do pai de ensinar-lhe a profissão. O vagabundo Carlitos se apaixona por florista cega, a quem tenta ajudar. São duas histórias básicas, que o gênio dos artistas enriquece. O humor de Keaton baseia-se na progressão das dificuldades que afligem o herói - Marinheiro converge para a cena do casal no barco à deriva. A arte de Chaplin subverte o próprio sentimentalismo. A florista ''''pensa'''' que seu benfeitor é milionário. Quando adquire a visão e percebe que é um vagabundo, o olhar transmite sua decepção. Os dois filmes são mudos (mas Chaplin acrescentou o som a Luzes da Cidade). Conta a lenda que ele demorou meses para achar a solução, na cena em que a cega ouve a batida da porta do carro e a associa à presença de Carlitos, para deduzir que é um homem rico. A dificuldade do artista flui na tela como a mais simples e inspirada das soluções.

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