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Na cena e na escrita

O concorrente do Brasil para o Oscar

Vi, com certo atraso, o filme Hoje Eu Quero Voltar Sozinho, de Daniel Ribeiro. Fiquei encantado. Saí da sala com a história da cabeça e emendei com Capitão América 2, numa sala Imax. E, em meio àqueles aviões que cruzavam o céu e destruíam a terra, eu só pensava na imagem daqueles dois garotos andando de bicicleta.

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Por Ubiratan Brasil
Atualização:

Vejo muito cinema, chego a emendar cinco filmes durante a Mostra e habitualmente desgrudo de um para entrar no seguinte com a maior facilidade. Mas não foi o que ocorreu dessa vez. Muito já se falou da delicadeza e da franqueza com que certos temas são tratados por Daniel Ribeiro em seu filme, mas acho que sua honestidade artística me pegou de verdade. O filme é realmente simples, mas trata de tantos assuntos importantes sem artifícios, o que o torna encantador. Difícil esquecer a forma como o menino cego se expressa pelo olhar. Sim, ele não pode ver, mas seus olhos têm vida. Um belo trabalho de Ghilherme Lobo, garoto que tem futuro, assim como Fabio Audi.

Sei que ainda temos muitos filmes nacionais pela frente, mas já arrisco a dizer que Hoje Eu Quero Voltar Sozinho deveria ser nosso concorrente para Oscar de longa estrangeiro, assim como deveria ser inscrito para o Globo de Ouro. Ele tem o perfil exato para agradar os membros da Academia e aos correspondentes estrangeiros de Los Angeles. Infelizmente, ainda dependemos de prêmios assim para que as obras merecedoras ganhem mais destaque mundial.

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