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Na cena e na escrita

Luciana Villas-Boas

O mercado editorial brasileiro foi sacodido na semana passada com a notícia da saída de Luciana Villas-Boas do cargo de editora da Record, o maior conglomerado editorial do País. Depois de 17 anos no cargo, ela assume, em março, sua própria agência de consultoria literária.

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Por Ubiratan Brasil
Atualização:

Eu me lembro de Luciana quando ainda repórter, se não me engano, do Globo. Não a conhecia pessoalmente, mas lia suas matérias. Fomos nos conhecer quando eu já estava no Caderno 2 e ela, em sua função na Record. Ela sempre me pareceu uma mulher inteligente, antenada com o mercado editorial mundial, especialmente nos últimos anos, quando o avanço tecnológico ofereceu uma rapidez tal aos negócios que um sucesso dependia da astúcia, bom senso e, por que não?, de sorte do diretor editorial na condução da negociação.

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Gosto de lembrar dos grandes acertos nacionais de Luciana, como Lya Luft e Cristovão Tezza, hoje best-sellers da Record. Foram apostas dela. Claro que houve o incidente da saída da obra de Carlos Drummond de Andrade e também da de Jorge Amado, nomes acima de qualquer categoria, jóias que qualquer editora gostaria de oferecer em seu catálogo. Mas aí a responsabilidade tem de ser dividida, pois, conhecendo mais ou menos como funciona a estrutura da Record, sei que há mais pessoas envolvidas com os grandes autores.

 Além do profissionalismo exemplar, Luciana sempre encantou (principalmente agentes e editores estrangeiros) por sua beleza: não havia festa em que ela não brilhasse, mesmo mantendo a sobriedade, sem exibicionismo. Sempre foi algo natural.

De uma certa forma, ela estará agora em um outro lado no enorme balcão que é o mercado editorial, vendendo e não mais comprando "nomes". Mas, certamente Luciana continuará surpreendendo.

Resta saber agora como ficará o Grupo Record e sua reestruturação, prometida pelo presidente Sérgio Machado.

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