Mas acredito que é muito mais. 2013 praticamente marca o início da 'ocupação brasileira' no noticiário mundial, o que deverá persistir por mais alguns anos graças à Copa de 2014 e à Olimpíada do Rio em 2016. Será uma imensa e contínua vitrine em que negócios poderão ser fechados, impulsionando a economia e também a cultura.
A responsabilidade em Frankfurt será grande. Meu grande temor é que o evento seja politizado, transformando nosso pavilhão num balaio de gatos, satisfazendo favores e descaracterizando nossa identidade cultural. Não podemos repetir, por exemplo, o erro da Argentina no ano passado, que colocou a foto da presidenta entre as grandes personalidades daquele país. Me perdoe madame Cristina, mas ainda lhe falta muito para chegar aos péde Borges ou Cortázar...
Outro erro a ser evitado é o não uso da tecnologia - o estande argentino baseou-se eum uma boa ideia, o labirinto borgiano, mas a execução foi rústica, com muito texto, desanimando qualquer visitante. É preciso imaginação e bom uso da tecnologia para conseguir um resultadono mínimo satisfatório. Basta lembrar da maravilhosa exposição sobre Fernando Pessoa, que esteve em cartaz em SP no Museu da Língua Portuguesa e que agora está no Rio. Ali está um belíssimo exemplo de interatividade tecnológica.
Também a escolha dos autores que estarão presentes e/ou serão representados em Frankfurt precisa ser criteriosa e estar acima de interesses de editoras. Felizmente, temos uma quantidade muito grande de escritores acima da média, que precisam ser lembrados.
Enfim, é uma tarefa que deve unir governo, entidades culturais, editoras e suas representações de classe. O que me deixa mais tranquilo é que a coordenação está com Galeno Amorim, que entende bem do riscado e tem boas ideias e intenções. Que ele possa trabalhar em paz.