"Não haverá Oscars 'virtuais'", afirma um representante da Academia e também da rede ABC, que transmite a cerimônia, à revista. "A transmissão presencial vai acontecer." Trata-se de uma aposta arriscada, pois nenhum outro evento artístico desse porte aconteceu presencialmente nos EUA nos últimos meses - e mesmo a Broadway anunciou que não deverá reabrir antes de maio do ano que vem.
Por conta da pandemia, a Academia de Hollywood atrasou a data da cerimônia de entrega do Oscar para 25 de abril de 2021. A expectativa é que os cinemas reabrissem no final de 2020, especialmente os de Nova York e Los Angeles, grande fonte de renda.
Como isso não aconteceu - e a produção ainda de novos filmes foi retardada -, a Academia precisou flexibilizar as próprias regras, como estender o cronograma de elegibilidade de 31 de dezembro para 28 de fevereiro de 2021, além de permitir que filmes com estreia em plataformas de streaming se qualifiquem para inscrição.
O atraso da cerimônia provocou também alteração nas premiações que antecedem habitualmente o Oscar: Globo de Ouro (28 de fevereiro), Critics Choice (7 de março), SAG (14 de março) e BAFTA (11 de abril).
A insistência em sustentar a cerimônia presencial vai promover uma série de novas preocupações. Como, por exemplo, a forma de ocupação do Dolby Theatre, em Los Angeles, onde ocorre a entrega do Oscar - tradicionalmente, a festa faz com que os 3.400 lugares sejam disputados e sempre ocupados.
"A Academia fez um tour pelo Dolby recentemente para ver todas as possíveis opções", disse à Variety um divulgador de prêmios, familiarizado com a situação.
Outro importante detalhe diz respeito à idade de grandes estrelas, que têm chance de disputar a estatueta, mas que se encontram em um grupo de risco. É o caso de Anthony Hopkins, 82 anos; Ellen Burstyn, 88; Sophia Loren, 86; Meryl Streep, 71; David Strathairn, 72; e Yuh-Jung Youn, 73.
Houve mais de 13 milhões de casos confirmados de coronavírus nos Estados Unidos, com mais de 269 mil mortes. De acordo com o Centro de Recursos do Coronavírus Johns Hopkins, o Condado de Los Angeles é o líder nos EUA em casos (mais de 400 mil) e mortes (mais de 7.600).