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Na cena e na escrita

Agora online, peça 'Salve, Malala' continua imperdível

Com os teatros e cinemas fechados, a programação oferecida online torna-se solução, ainda que parcial, para amenizar a sensação da falta desse consumo de arte. Assim, já foi possível rever grandes espetáculos, gravados há alguns anos, como acompanhar presencialmente a ação de elencos, que atuam ao vivo. Uma das grandes opções para essa semana é destinada principalmente ao público mais jovem - mas não apenas. Salve, Malala, da Cia. La Leche, logo se tornou uma das principais estreias de 2016 por narrar, com rara sensibilidade, uma história de superação.

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Foto do author Ubiratan Brasil
Por Ubiratan Brasil
Atualização:

Escola. Alessandro Hernandez e Ana Paula López como Yan e Sofia. Foto Luis Claudio Antunes Foto: Estadão

Livremente inspirada na história da paquistanesa Malala Yousafzai, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz de 2014, a trama se passa em uma aldeia onde um rei tirano promove uma guerra que obriga o fechamento das escolas. Duas crianças resistem ao ato arbitrário e se refugiam em seu local de aprendizado.

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É lá que Yan (Alessandro Hernandez) e Sofia (Ana Paula López) relembram histórias engraçadas dos amiguinhos, dos professores e da aldeia onde vivem, recordações que mostram como o aprendizado é essencial para a formação do ser humano civilizado, capaz de lutar e construir um mundo mais igualitário e poético.

A montagem, que tem a direção de Cris Lozano, é encantadora. O texto, assinado por Hernandez, equilibra fábula e mensagem, trazendo os elementos que tanto encantam uma criança como ajudam a fazê-la a pensar. A dupla de atores consegue emocionar a plateia, especialmente em momentos delicados, como aquela em que Yan e Sofia relembram o acidente com o ônibus escolar, que transportava os alunos - é bom lembrar que, em 2012, Mala recebeu um tiro na cabeça quando entrava em uma van escolar. Seu "crime": incentivar a ida de meninas à escola.

Salve, Malala prega o respeito à natureza e à classe de professores. Faz também uma homenagem a grandes damas do teatro, como as irmãs Cacilda Becker e Cleyde Yáconis. E, claro, também a ativista Malala Yousafzai, que terminou seu curso de Filosofia e Política Econômica na Universidade de Oxford.

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Festa. Malala festeja com a família a conclusão do curso em Oxford. Foto Reuters com reprodução de @malala Foto: Estadão

Destaque ainda para o cenário, figurinos e adereços, criados por Eliseu Weide, a iluminação desenhada por Grissel Piguillem e a bela trilha sonora original de Luciano Antonio Carvalho - além, é claro, da direção segura de Cris Lozano.

O espetáculo será apresentado nesta sexta-feira (dia 28), sábado (29) e domingo (30), sempre às 16h. Será transmitido a partir do Teatro Faap, uma das principais salas de São Paulo e que abraça um projeto tão importante. Para assistir gratuitamente, há duas opções: a transmissão online será pelo Facebook da peça, que é @salvemalala. Também poderá ser visto pelo Face do teatro, @nafaap, que vai retransmitir. Um programa imperdível.

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