Maria Eugênia de Menezes
17 de julho de 2010 | 15h13
Marcha para Zenturo, espetáculo que marca a união dos grupos XIX de Teatro, de São Paulo, e Espanca!, de Belo Horizonte, estreou ontem no FIT Rio Preto. Fez duas apresentações, às 19h e às 22h30, com ingressos esgotados.
Com temporada paulistana marcada para setembro, a montagem se debruça sobre o reencontro de amigos, separados há muito, durante uma festa de Ano Novo. Na peça, que tem dramaturgia assinada por Grace Passô e direção de Luiz Fernando Marques, essas relações se colocam com lapsos de tempo e espaço. Os diálogos se dão, mas os personagens parecem sempre imersos demais em si próprios para conseguir ver ou chegar até o outro.
Assim como em obras anteriores do Espanca!, Marcha para Zenturo aparece tomada por metáforas _ personagens que caminham num chão repleto de pedras de gelo, uma mulher que, a despeito das aparências, não consegue nem sequer perceber que está grávida, ou outra que vê a imagem de uma cruz, mas não consegue associá-la à simbologia cristã.
“É uma reflexão sobre o nosso tempo e tem a ver com isso que a gente vive hoje, com esse estar vertiginoso. Tentamos mostrar como as relações humanas se dão nesse tempo de hoje. Refletir sobre essa sociedade espantada com esse boom tecnológico e como isso tem consequências claras no nosso cotidiano, nas nossas ações”, comentou a dramaturga Grace Passô.
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