Por enquanto, nossa humanidade continua proficiente na arte de sonhar, mas menos do que amadora na ciência de realizar. Como resultado, passa-se excessivo tempo fantasiando, o que não seria necessariamente o mesmo do que sonhar, e quando chega a hora de arregaçar as mangas e fazer algo concreto para aproximar sonhos de realidade objetiva, aí retorna a síndrome de Macunaíma (aí! que preguiça!).
Não é surpreendente que livros cheios de meias-verdades, como "O segredo", façam tanto sucesso, pois nossa humanidade se agarra à fantasia de que realizar objetivos seria tão simples quanto viajar na imaginação. Não é nem nunca será! Mesmo no futuro distante, quando a arte de realizar pensamentos seja um dom consolidado em nossa espécie se verificará que nada é fácil neste planeta, tudo requer atenção constante e concentração.
Porém, nossa humanidade continua viajando na maionese e o pior de tudo é que essa maionese já coalhou, azedou e só serve para patinar e não sair do lugar.
A percepção clara disso provoca um mau humor sideral que, aliado à má vontade de consertar os próprios erros se transforma num sem-fim de abusos a ser cometidos com as pessoas próximas.
Tudo isso poderia ser superado e transformado em sombra distante com o mero toque da força de vontade concentrada em ir além da repetição dos mesmos dramas de sempre.
Se por acaso sua alma se ver durante este período envolvida nos mesmos dramas de sempre, que tal ensaiar uma resposta diferente dessa vez?