O imponderável

 

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Por Oscar Quiroga
Atualização:

À 1h41 de quarta-feira 1-10-14 a Lua ingressou em Capricórnio para completar sua fase QUARTO CRESCENTE em sextil com Mercúrio, quadratura com Vênus, conjunção com Plutão, quadratura com Urano e sextil com Saturno até 13h18 de quinta-feira 2-10-14, horário de Brasília.

 Foto: Estadão

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As certezas são teus portos seguros, teus salva-vidas, mas não são tão sólidas quanto gostarias, a margem de imponderabilidade, de vez em quando, como agora, aumenta seu diâmetro de manobra e joga por terra a frenética necessidade humana de agarrar-se às certezas.

Nossa humanidade é, contudo, convencida e enquanto houver sequer um vestígio de certezas preferirá agarrar-se a essas do que lançar-se ao imponderável.

E, no entanto, suas melhores perspectivas residem no intangível, no inesperado, naquilo que não estava nos planos. Que mania essa de preferir a linearidade da lógica enquanto a vida raramente segue esse caminho, e quando o segue não o faz senão para, lá adiante, derrubar tudo com estrondo existencial.

Agora podes ter certeza de tuas certezas, convencer-te de tudo ser linear e previsível, verificar todas as pistas que te confirmam que as coisas seguirão pelo caminho da lógica. Contudo, uma sensação estranha se avoluma em teu ventre, algo que parece medo, mas que se confunde com o nervoso da antecipação.

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Essa sensação estranha é outra certeza, por enquanto em gestação, mas já começando a reclamar seu lugar entre o céu e a terra, o lugar que, por enquanto, é ocupado por outra.

Pensa bem, por acaso chegas-te até aqui e agora seguindo um caminho linear ou foi por vias tortas e inesperadas que as coisas se deram como se deram?

Mesmo que na maior parte do tempo tudo tenha sido previsível, foram os momentos fora do roteiro, os pontos fora da curva os que mais te serviram para definir teu destino.

Agora não tem razão de ser diferente, há uma iminência de mutação causada por aqueles caprichos do destino, que continuará sendo misterioso e insondável a nossa humanidade, mas não porque assim seja sua verdadeira natureza, mas porque nossa humanidade insiste em fazer com que tudo caiba em sua limitada lógica.

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