E que tempos idos teriam sido melhores? Do jeito que andam as coisas, todos! Inclusive parecem melhores, só porque passados, aqueles que, se você pensar bem, não teriam sido nada melhores do que os atuais.
A saudade tem dessas coisas, faz com que o feio fique bonito e o desprezado, apreciado novamente.
É nisso que dá misturar a força dos ideais às memórias, a mente acaba se convencendo de que aquilo que ainda não aconteceu já se foi, que em algum momento do passado já se viveram todas as melhores experiências e que o futuro só poderia ser bom resgatando-as.
O passado não retorna e o futuro não perdoa, nem sequer o presente temos para consolidar a certeza de que sabemos o que queremos e que conhecemos o sentido de tudo. Quem poderia dizer, com veracidade, que conhece o mistério da Vida?
Só no além tempo, naquilo que não tem nome.
Enquanto isso, pela força da saudade do lugar que não conhecemos, das experiências que não tivemos, dos ideais que nunca perseguimos, do ser que nunca fomos, misteriosamente parece se atualizar a experiência de ser e, por incríveis coincidências, o Infinito avisa que está por aí, tão perto e tão longe.