Quando a personalidade anda ressabiada e cheia de dedos, qualquer coisinha insignificante pode tornar-se motivo de alimento para os ressentimentos.
Há pessoas que até parecem amar os ressentimentos, porque andam pela vida afora protegendo seus melindres e ressentimentos, tornando-os mais importantes do que qualquer outro assunto. Dificilmente vão além desses ressentimentos e os transformam em suas pedras fundamentais sobre as quais erguem os relacionamentos.
Ora! Ressentimentos são sentimentos remoídos, o andar para frente e dar marcha ré constantemente sobre a mesma situação, de uma forma tão obsessiva e focalizada como a que dificilmente se vê tendo esse sucesso todo de concentração em assuntos, digamos assim, mais produtivos ou benéficos.
Se esse vigor com que se cuidam os ressentimentos fosse concentrado em assuntos benéficos e produtivos, certamente o mundo seria diferente.
Porém, não! Quem se ressente constantemente e faz disso sua rotina, com certeza faz isso porque ama seus ressentimentos, aprecia a dor que sobrevém como resultado desses.
É um amor às avessas, certamente, mas não deixa de ser menos amor por isso.
Agora é um momento em que vão sobrar motivos para ressentir-se, você pode experimentar a situação e não ter domínio sobre ela. Porém, você sempre terá absoluto domínio para decidir quanto tempo o ressentimento vai durar, qual será sua extensão e se você o deixará ramificar-se e criar tentáculos que prendam relacionamentos e visões de futuro.
Próximo boletim será publicado às 16h59 de 27/4/12