Muito provavelmente você precisa conviver durante horas a fio com pessoas que lhe desagradam, mas que a necessidade colocou juntas, para compartilharem momentos de desdita ou de produtividade, ou de ambas as coisas, e desenvolverem, na melhor das hipóteses, capacidade de tolerância mutua.
Sim, a tolerância é mutua, porque quando uma pessoa desagrada alguém, é muito raro que o sentimento não seja mutuo também.
A necessidade é a mãe de todo destino, seja de nosso gosto ou de nosso desgosto.
Se algo acontece é porque há uma necessidade por trás da manifestação que arquiteta a situação, superando todo impedimento.
Ou seja, se você precisa conviver com pessoas que lhe desagradam, seu desagrado não vale nada e essa constatação será pior ainda para você, que sentirá o desagrado lhe morder as entranhas e ainda por cima terá de reconhecer que isso não vale nada.
Sim, não vale nada porque a necessidade é a que detém o poder da manifestação.
O que fazer então? Em primeiro lugar aceitar a situação e tentar dominar os próprios sentimentos, para que não tomem decisões à revelia da necessidade de convivência, que é a regente da situação.
Em segundo lugar, ao aceitar a lei da necessidade, aproveitar o ensejo e desenvolver uma amplitude maior para tolerar o que for diferente daquilo que você consideraria ideal.
Em outro momento você poderá lutar contra o que lhe desagradar e conquistar vitórias, mas neste em particular, a sugestão é não contrariar o que contrariar você e, pelo contrário, aceitar e fazer o possível para se ajustar ao comando da necessidade.
Se isso vai diminuir você? Claro que não! Sua diminuição aconteceria exclusivamente se você lutasse contra a diferença num momento em que isso não seria propício.