Até no meio da descompostura institucionalizada do Carnaval podem acontecer momentos de rara beleza, de bondade e de iluminação, pois, afinal, o que estaria fora do Universo, que é o corpo do Altíssimo?
No que depender dos aspectos astrológicos, este período pode surpreender até os mais ácidos críticos do Carnaval, para os quais este momento profano só contribui para a vileza e a abjeção.
Carentes de percepção divina, nós não somos capazes de enxergar o Altíssimo em tudo, no que apreciamos tanto quanto no que desprezamos também, olhamos a realidade com os olhos de nossas mentes parciais e cheias de prejuízos.
Porém, não há lugar, nem entidade, nem condição alguma em que o Altíssimo não esteja presente e, pelas vias das coincidências misteriosas que vinculam o infinitesimalmente pequeno com o infinitamente grande, acaba se manifestando um pouco de sua glória através de situações das quais não se esperaria nada demais.