O antídoto para o vazio existencial que toma o lugar dos seus sonhos e constante esforço na direção da elusiva felicidade reside justamente naquele desespero que bate quando a razão deixa de arvorar justificativas tolas para explicar seu desempenho.
No âmago de sua própria humanidade está disponível a potência cosmogônica da criatividade, o instrumento eficiente que conduz você para fora do desespero e ao encontro do antídoto contra o vazio existencial.
Esse processo, porém, não é automático, precisa ser decidido.
O automatismo alimenta a inércia, a preguiça, a indolência e o agarrar-se ao desespero como se fosse um travesseiro quentinho, ou o corpo do amante.
No seio das condições duras e decepcionantes que você experimenta há dois caminhos, um, conhecido e fácil de trilhar, o desespero, que, alimentado pela melancolia e por um misto de indolência e prazer às avessas, parece sedutor e romântico inclusive.
O outro caminho é o da criatividade, o de você inventar um antídoto para o vazio existencial, preenchendo-o com sua assinatura, que não é solitária, é mais um elo de uma enorme cadeia de esforços humanos para responder positivamente à urgência interior de se aproximar do Infinito.