A ambiguidade é inevitável, então, por que tentar evitá-la?
Evitá-la é um desperdício de energia e uma segura derrota, pois lá estará ela, vibrante e jovial como sempre, ela, a ambiguidade a minar suas certezas e confrontar sua alma com a necessidade imediata de fazer escolhas sem, no entanto, ter segurança a respeito dos passos que está prestes a dar.
A ambiguidade é criticada em nossa civilização ocidental, onde todos deveríamos ser absolutamente coerentes o tempo inteiro, uma impossibilidade natural, já que por sermos livres não poderíamos deixar de sofrer os embates da ambiguidade, única capaz de nos mostrar simultaneamente e sem superposições várias possibilidades.
Problema não é a ambiguidade, mas se deixar derrotar por essa, ou pelo menos se deixar derrotar pela ambiguidade a maior parte do tempo.
Que uma vez e outra você não consiga ir além dessa, vai lá, normal; porém, que a todo momento a ambiguidade seja a teórica culpada de você não poder tomar decisões, aí já é demais.
Imaginam os tomados pela ambiguidade e derrotados por essa que as pessoas que seguem em frente estariam desprovidas desse inferno. Ledo engano! A ambiguidade está presente na alma de toda nossa humanidade, pois é inerente à liberdade.
O assunto consiste em não se deixar paralisar pela ambiguidade, mas seguir em frente ainda que essa, de puro raivosa, se dedique a fazer profecias sombrias a respeito das atitudes tomadas.