O gosto amargo no fundo da garganta ficará todo por conta dos ressentimentos não metabolizados, da ira contida, das mágoas que nunca foram curadas e das decepções que não serviram para reinventar-se, mas nutriram os ressentimentos, voltando assim ao início desta lista.
Desafortunadamente, ou deveria dizer, talvez, desgraçadamente, a imensa maioria dos seres humanos transita por entre o céu e a terra em silencioso desespero, acumulando infelicidade, uma que não lhes permite enxergar a glória da vida cósmica.
2011 é um ano que não deixará saudade, é o ano da insanidade transformada em moeda corrente dos relacionamentos humanos, claro sinal do desespero a que nossa moderna e sofisticada civilização chegou.
Porém, é importante notar que tudo isso descrito até aqui não passa de um artifício, uma ilusão tão bem montada que merece o crédito, e por merecê-lo nos devolve com a moeda do desespero.
É a velha história dos bons mentirosos, que para sustentar a mentira que proferem precisam se convencer dela até acreditá-la. Só assim conseguem ser bons mentirosos.
Uma enorme parcela de nossa civilização sofisticada e moderna não passa de uma mentira, e como as mentiras têm prazo de validade, a nossa já venceu e está caindo por si mesma.
Não se admirem, pois, que num domingo como hoje, onde tudo deveria ser sorriso e alegria as coisas não sejam assim, muito pelo contrário até.
Quem não acredita mais na mentira e usou as decepções para iniciar o processo de se reinventar não experimentará nada disso, mas se elevará com os firmes ventos da libertação.
Próximo boletim será publicado às 17h45 de 18/12/11