Menos conhecido do que Giorgio de Chirico, Raoul Dufy ou Kees van Dongen, sempre vi este artista relegado a um cantinho nos museus. E, no entanto, Marquet - amigo de Matisse, que evoluiu do pós-impressionnismo ao fovismo, conservando um estilo próprio - é certamente um dos pintores mais fascinantes da primeira metade do século 20.
A mostra é de cair o queixo! Centenas de vistas de cidades, portos, rios, o Sena, oceano, mar, lagos, praias da Europa e da África do Norte - acho que poucos artistas viajaram tanto para fazer tantas obras parecidas umas com as outras!
Olha a bandeirinha da França!
Menos por bisbilhotice do que por curiosidade sócio estética, resolvi prestar um pouco de atenção aos comentários de diversos visitantes:
- "Onde você acha que fica essa praia? No Midi?"
- "Estou reconhecendo! É na Argélia!"
- "Deixa ver o que está escrito."
- "Será que é aquarela? Ah não... deve ser pintura."
- "Eu já vi esse lugar!"
- "Essa mancha é Notre Dame."
- "Que mancha escura! Ele não devia gostar de igreja."
- "A ponte você lembra."
- "Aqui está nevando."
- "Quanta água!"
- "Será que tem o cartão postal?"
- "Ele devia ver tudo isso da janela da sala."
- "Pintando o sol assim, podia ficar cego!"
- "A que horas ele saía pra pintar?"
- "Estou até sentindo o cheiro do mar, hehe!"
- "O Havre você adivinha na hora..."
- "Olha a bandeirinha da França!"
- "Que nuvens esquisitas... essa parece um urso."
- "Pelo jeito deve ser outono."
O pessoal via e pensava em tudo, menos em pintura. Ninguém parecia preocupado, como eu, em saber como é que Marquet fazia para que as suas obras estivessem tão além da realidade e fossem muito, mas muito, muito mais lindas do que ela.
Até a próxima, que agora é hoje!
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