Estão em causa as atividades humanas e suas consequências: agricultura intensiva, degradação dos solos, exploração e pesca exageradas, mudança climática, poluição pela matéria plástica, espécies invasoras, explosão da demanda de meios naturais e energia, etc.
O problema não se restringe apenas ao futuro dos bichos, mas ao capital natural do planeta, uma vez que tudo que funda as sociedades humanas se deve à natureza. Trata-se da sobrevivência da humanidade inteira.
Questão de vida ou morte
Sejam quais forem os argumentos dos presidentes Donald Trump e Jair Bolsonaro, esta é uma questão de vida ou morte. Segundo um estudo feito pelo economista americano Robert Costanza (apresentado pela WWF), a natureza nos fornece, gratuitamente, serviços de um valor igual a 125 trilhões de dólares por ano. Ou seja, se devêssemos pagar pelo ar que respiramos, pela água potável, e alimentação que ainda é gratuita, precisaríamos desembolsar bem mais do que o PIB mundial que é de 80 trilhões de dólares por ano. Fora isso, um terço da produção alimentar mundial depende de polinização (por 20 mil espécies de abelhas, centenas de outros insetos e mesmo de vertebrados como certos pássaros e morcegos).
É urgente!
A WWF considera urgente que os líderes mundiais, os responsáveis públicos e privados admitam que a natureza é a nossa única casa e que repensem a nossa maneira de produzir e consumir. Há recomendações e estudos concretos. Não resta muito tempo. Os presidentes Donald Trump e Jair Bolsonaro já deveriam começar a planejar a presença de seus países no acordo ambicioso que será adotado na conferência mundial em Pequim, em 2020.
"A nossa casa morre e nós olhamos para outras coisas" disse Jacques Chirac - um presidente esclarecido, humanista, da direita - no "Sommet de la Terre", em 2002.Até a próxima que agora é hoje, a humanidade está em perigo, e para onde olham os governos de extrema-direita destituídos da luz do conhecimento?