"-- Devemos aceitar o que é impossível deixar de acontecer.
-- Até mesmo a bondade, se em demasia, morre do próprio excesso.
-- O cansaço ronca em cima de uma pedra, enquanto a indolência acha duro o melhor travesseiro.
-- Vazias as veias, nosso sangue se arrefece, indispostos ficamos desde cedo, incapazes de dar e de perdoar. Mas quando enchemos os canais e as calhas de nosso sangue com comida e vinho, fica a alma muito mais maleável do que durante esses jejuns de padre.
-- Ninguém poderá jamais aperfeiçoar-se, se não tiver o mundo como mestre. A experiência se adquire na prática.
-- Se o ano todo fosse de feriados, o lazer, como o trabalho, entediaria.
-- Ventre grande é sinal de espírito oco; quando a gordura é muita, o senso é pouco.
-- Que é o homem, se sua máxima ocupação e o bem maior não passam de comer e dormir?
-- Do jeito que o mundo anda, ser honesto é (igual) a ser escolhido entre dez mil.
-- Hóspede oferecido (...) só é bem-vindo quando se despede.
-- Um homem inteligente pode transformar-se num joão-bobo, quando não sabe valer-se de seus recursos naturais.
-- Quem não sabe mandar deve aprender a ser mandado.
-- A mulher que não sabe pôr a culpa no marido por suas próprias faltas, não deve amamentar o filho, na certeza de criar um palerma.
-- As coisas mais mesquinhas enchem de orgulho os indivíduos baixos.
-- Ninguém pode calcular a potência venenosa de uma palavra má num peito amante.
-- Sábio é o pai que conhece seu próprio filho.
-- Tem ventura fugaz, sempre periga, quem se fia em rapaz ou rapariga.
-- Ser ou não ser... eis a questão.
-- É estranho que, sem ser forçado, saia alguém em busca de trabalho.
--As mais belas jóias, sem defeito, com o uso o encanto perdem.
-- O bom vinho é um camarada bondoso e de confiança, quando tomado com sabedoria.
-- Nunca poderá ser ofensivo aquilo que a simplicidade e o zelo ditam."
(William Shakespeare em "Shakespeare de A a Z: livro de citações", editora L&PM)