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Desculpe a poeira - Sugestões de leituras e outros achados

Corro de burro quando foge

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Por Ricardo Lombardi
Atualização:

Escreve o Armando Antenore, lá no blog dele:

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"Criamos as línguas sob a ilusão de que poderíamos, pela palavra, dominar e esculpir a realidade. Algo, no entanto, deu errado. Não só a realidade se opôs à nossa pretensão de domínio pleno como os próprios idiomas se revelaram incontroláveis, seguindo caminhos tortuosos que muitas vezes flertam com o nonsense. É o que demonstra o recém-lançado Dicionário de Expressões Coloquiais Brasileiras, do professor carioca Nélson Cunha Mello. Tão útil quanto saboroso, o livro publicado pela Leya esclarece a origem de inúmeros termos e frases que empregamos cotidianamente, não raro sem nos perguntar se de fato fazem sentido. Cinco exemplos: * Por que, afinal, dizemos que um objeto exibe a estranhíssima "cor de burro quando foge"? Alguém já viu um burro mudar de cor assim que sai em disparada? Cunha Mello explica que a expressão é uma corruptela e deriva, na verdade, de uma afirmação nada absurda: "corro de burro quando foge". Da mesma maneira, * "enfiar o pé na jaca" advém de "enfiar o pé no jacá", uma espécie de cesto; * "estar com bicho-carpinteiro" descende de "estar com bicho pelo corpo inteiro"; * "ir para cucuia" provém de "ir para o cemitério da Cacuia", um bairro na Ilha do Governador (RJ) e * "quem tem boca vai a Roma" decorre de "quem tem boca vaia Roma"."

Para ilustrar, "My father with his list", trabalho de Allan Sekula.

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