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Histórias e ficções

A Pixar ensina você a contar histórias

No início dos anos 1990, os grandes filmes de animação eram Aladim, O Rei Leão, A Pequena Sereia, A Bela e a Fera. Todos da Disney. Todos com o bom e velho espírito da Disney.

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Atualização:

Era um modelo tão querido e consagrado que parecia ser o único possível. "Na primeira vez em que chamamos Tom Hanks para falar sobre o projeto de Toy Story", conta Andrew Stanton, produtor, diretor e roteirista da Pixar, "ele já chegou perguntando: Vocês não vão querer que eu cante, vão?" O modelo da Disney era tão forte que todo mundo achava que personagem de filme de animação tinha que cantar e dançar. Mas o pessoal da Pixar estava com outras ideias.

 Foto: Estadão

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Enquanto trabalhavam no esboço de Toy Story, os roteiristas elaboraram aquela que viria a ser a primeira lista de regras da Pixar: nada de canções, nada de momento "eu quero", nada de vilarejo feliz, nada de história de amor, nada de vilões. Ou seja, nada daquilo que até então garantia o sucesso da indústria de filmes animados.

A Disney -- com quem a Pixar fizera uma parceria para lançar Toy Story -- não gostou nem um pouco. Quis mudar todo o projeto. Botar canções, vilões, história de amor, vilarejo feliz. "Ainda bem que éramos mais jovens e rebeldes naqueles tempos", diz Stanton. "A resistência da empresa nos deixou ainda mais empolgados para provar que era possível contar uma história diferente". Eles ignoraram as determinações da Disney e mantiveram o projeto original. Apostaram nas próprias ideias e criaram um novo jeito de fazer animação. E essa talvez tenha sido a primeira lição da Pixar: confie na sua capacidade de fazer algo novo.

 

Não estamos mais no início dos anos 1990. Aquela primeira listinha de regras deu origem aos filmes de animação mais famosos e rentáveis do cinema. Hoje todo mundo adora a Pixar -- e agora todo mundo pode aprender como o maior estúdio de animação do planeta conta suas histórias.

Em parceria com a Khan Academy, a Pixar começou a oferecer um curso de storytelling totalmente online e gratuito. O curso traz vídeo-aulas em que os profissionais do estúdio falam sobre seu processo criativo e ainda conta com exercícios sobre construção de personagens e técnicas narrativas.

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Parece coisa de roteiristas e produtores de cinema, mas não é. Todos nós contamos histórias o tempo todo -- para os amigos, a família, os colegas de trabalho, para nós mesmos. Contar histórias é nosso jeito de dar sentido ao que vivemos -- e também é a melhor maneira de deixar nossa marca na memória e na emoção das pessoas. E é isso que a Pixar quer ensinar.

A primeira parte do curso já está no ar. Enquanto você assiste, estou preparando um catadão de dicas de storytelling que aparecem aqui e ali nos filmes da Pixar -- e nos ensinamentos de seus diretores, produtores, roteiristas e pesquisadores.

Mas só semana que vem.

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