Daiane Oliveira
11 de junho de 2013 | 18h04
Roberto Nascimento – O Estado de S. Paulo
Duas faixas lançadas em maio pelo duo Opala, de Maria Luiza Jobim e Lucas de Paiva, anunciavam a chegada de um bom disco de estreia no fim do mês. Mas o Opala EP, que dá agora o ar da graça através do site URBe (pode ser baixado de graça), saiu melhor que a encomenda e será uma das revelações do cenário independente nacional em 2013.
O trabalho é fruto da química entre a cantora, filha de Tom Jobim, e o produtor, que trabalha com criatividade a linguagem do synth pop lo fi e retrodirecionado que permeia nichos do indie internacional. Submersa em reverb, a voz de Maria Luiza se equilibra entre lirismo etéreo e existencialismo palpável. Tênue versão de uma receita que tende a ofuscar cantoras com menos personalidade. Lucas recombina timbres de sintetizadores e baterias eletrônicas dos anos 80 com frescor percussivo, sugerindo um sotaque brasileiro em sua abordagem.
Com participação de outra revelação carioca, a cantora Mahmundi, surpresa do ano passado, o Opala EP traz pop cantado em inglês, e feito com qualidade digna de atenção internacional – o que não é sempre o caso entre os grupos brasileiros que são influenciados, mas apenas mimicam o que se faz em outros continentes.
Leia aqui a entrevista que o Estado fez com a cantora, em maio.
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