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Novo serviço de streaming de Jay-Z é um manifesto pela qualidade de áudio

Se fosse só ele, Jay-Z já conseguiria as manchetes da imprensa cultural mundo afora com o anúncio, na noite desta segunda, 30, do Tidal, seu novo serviço de streaming de música. Mas não era: ao seu lado, um verdadeiro dream team da música pop: Madonna, Beyonce, Rihanna, Kanye West, Jack White, Daft Punk, Arcade Fire, Chris Martin (Coldplay), Alicia Keys, Calvin Harris. Todos sócios no novo negócio.

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Por Redação
Atualização:

O Tidal chega para concorrer com Rdio, Deezer e principalmente o Spotify, que já tem mais de 50 milhões de usuários nos países em que atua, sendo algo em torno de 15 milhões de usuários premium, que pagam pela assinatura. O novo serviço ainda não está disponível no Brasil.

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As duas bandeiras principais do Tidal parecem ser: conteúdo em alta qualidade e pago, sempre. O Spotify, por exemplo, oferece o serviço gratuito (que vem com anúncios) - fato que parece irritar a todos em alguma medida (artistas, gravadoras e até os usuários). O Tidal possui, por enquanto, dois planos: um de US$ 9,99, e um de US$19,99, este com a transmissão de música e vídeos em alta qualidade. Jay-Z promete canções com qualidade de CD (1.411 kbps), enquanto os serviços concorrentes, por ora, tocam músicas em 320 kbps.

Madonna, Deadmau5, Kanye West e Jay-Z na apresentação do Tidal (Sam Hodgson/The New York Times) Foto: Estadão

Antes de outra coisa, o Tidal é um manifesto dos artistas, uma tentativa de tomar um pouco do controle do negócio da indústria musical - que obviamente passa por uma fase de reinvenção e busca por novos modelos. O streaming (pago) é sem dúvida um deles. A busca por mais qualidade nos arquivos (fato praticamente esquecido durante a revolução da internet) é, agora, outro.

Nesse sentido, o Tidal não é inédito: o Deezer já possui um serviço de transmissão de alta qualidade (o Deezer Elite, em parceria com a empresa de aparelhos de som Sonos), e o britânico Qobuz também segue esta linha. Recentemente, Neil Young lançou o Pono, seu próprio player de música digital que pretende vender e executar música em altíssima qualidade.

"Não sou eu contra o Spotify", disse Jay-Z em uma entrevista à revista americana Billboard. "Mas para nós, sabe, apenas a ideia de como nós pensamos nisso, com todo mundo tendo equidade, abrirá o diálogo - seja com as gravadoras, as editoras, etc." O tom do rapper quando ele fala do assunto é mais de conciliação do que de rompimento - outra frase que ele usa na entrevista é que quando a maré (tide) sobe, todos os barcos sobem juntos.

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Ele também coloca a iniciativa como uma possibilidade de constante renovação da música, a partir de uma plataforma que consegue apontar erros e acertos mais rapidamente. Sempre bom. O fato de se criar um ambiente em que as partes envolvidas na produção das canções ("eu posso sair em turnê", exemplificou Jay-Z, "mas meu produtor não") tenham a remuneração adequada também. Oferecer música em arquivos de maior qualidade, outro ponto positivo.

O Tidal tem tudo para dar certo. Ter a benção de Jay-Z é só um bônus.

(Atualizado às 11h56, de 01/04/2015)

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