O filme não chegou a ser finalizado por conta da morte do diretor, eternizado por Cidadão Kane, em 1985, e se tornou imediatamente uma das mais lendárias obras cinematográficas inacabadas de todos os tempos.
De acordo com o jornal The New York Times, a Netflix conseguiu comprar as 1.083 bobinas de filmes que foram gravadas por Welles e que estavam armazenadas em um depósito em Paris. As filmagens já foram levadas para Los Angeles, como mostram fotos publicadas pelo jornal.
As bobinas estavam sob propriedade de um grupo de produtores, encabeçado por Peter Bogdanovich, que foi um ator coadjuvante no filme, desde 2014. Na época, eles lançaram uma campanha na internet de financiamento coletivo para tentar arrecadar dois milhões de dólares para finalizar o filme. Eles conseguiram apenas 400 mil dólares e a recuperação de The Other Side of the Wind não foi para a frente.
Os produtores, então, negociaram com a Netflix, que teve que refazer todos os contratos de direitos sobre o longa, que será montado de acordo com as anotações feitas por Orson Welles em seu caderno da época.
"Este é um trabalho de amor e um presente para o legado de um dos maiores diretores da história", disse o chefe de conteúdo da Netflix, Ted Sarandos, num comunicado.
Além de Peter Bogdanovich, a equipe de produtores que, há sete anos, tenta finalizar The Other Side of the Wind conta com Filip Jan Rymsza, que revelou ao NYT que há outros elementos do acordo com a Netflix que ainda serão anunciados. Fãs especulam que o serviço de streaming está produzindo, simultaneamente, um documentário sobre a restauração do último trabalho de Orson Welles.
Por enquanto, ainda não há uma data prevista para a finalização do trabalho.