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Muse: histeria, berros e conversão coletiva

Jotabê Medeiros

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De repente, uma banda que era intermediária, de abertura, coloca uma multidão de 70 mil pessoas cantando consigo. Quando isso acontece? Com o grupo britânico Muse, foi indo progressivamente - e quando vimos já era isso que rolava no Rock in Rio: histeria, berros, comunhão com fãs, conversão coletiva. Parece claro que o segredo todo está na fleuma do vocalista Matt Bellamy, que não faz canções de refrões fáceis, mas conquistou uma massa complexa de fãs. Bellamy reúne a fleuma vocal de Thom Yorke, do Radiohead, mas está à frente de um power trio de rock. O que os distingue? A grandiloquência orquestral emprestada de um Queen, o timing perfeito do sentido épico da canção, a produção musical de ponta. Usando uma jaqueta de couro vermelha, cavanhaque, Bellamy conduz uma combinação de vários elementos do pop rock, do power trio propriamente dito à eletrônica (há um quarto homem pilotando sintetizadores, teclados e laptops). E, apesar da melancolia reinante, com certo peso de arranque, que pega a multidão de jeito. Bellamy abriu com Supremacy, na qual berra tal qual um Andrea Bocelli de toilette, e suas inversões nas diferentes guitarras, as distorções, os solos, vão costurando tudo. E canções como Supermassive Blackhole já são recebidas pelos milhares de fãs como se fossem um hit de 20 anos atrás, apesar de relativamente recentes.

Foto: Marcos de Paula/Estadão

 

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