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Morre Richard Matheson, autor de 'Eu Sou a Lenda'

Por Daiane Oliveira
Atualização:

Antonio Gonçalves Filho - O Estado de S. Paulo

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Ray Bradbury o considerava um dos maiores escritores do século 20. Com justa razão. Richard Matheson, que morreu ontem, aos 87 anos, vítima de prolongada doença, pode ser mais lembrado por O Incrível Homem Que Encolheu, transformado num filme de ficção B com roteiro seu, mas foi sobretudo um grande autor existencialista, talvez não tão celebrado quanto Camus, mas influente o bastante para ter marcado a literatura americana, reconhecidamente Stephen King. No entanto, há alguns anos Matheson declarou não acreditar no sobrenatural, apenas no natural, que já era incompreensível o bastante para os seres humanos.

Seu livro mais popular é Eu Sou a Lenda (Devir), história de um homem tentando sobreviver num mundo infestado de vampiros, filmado três vezes, a primeira com Charlton Heston (A Última Esperança da Terra) e a mais recente com Will Smith (Eu Sou a Lenda). Matheson se identificava como o protagonista de seu livro, Robert Neville, acossado por vampiros durante as longas noites em que tinha como proteção apenas espelhos e dentes de alho. Tanto Eu Sou a Lenda como O Incrível Homem Que Encolheu podem ser vistos como representações alegóricas da solidão do homem num mundo hostil - no primeiro, Neville é o último representante da raça e, no último, o homem encolhido é reduzido a uma dimensão liliputiana, até não mais ser percebido por seus semelhantes.

Matheson é também autor do conto Duel (Duelo), que deu origem ao primeiro filme dirigido por Steven Spielberg em 1971, Encurralado. Nele, um motorista é perseguido na estrada à beira de um abismo por um caminhoneiro assassino, do qual o espectador nunca vê o rosto. Com roteiro do próprio Matheson, é um dos melhores filmes do realizador. Nascido em Nova Jersey e criado no Brooklin, o escritor escreveu vários roteiros de séries famosas de TV, como Além da Imaginação (1959-1964).

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