Foto do(a) blog

Novidades, coberturas e bastidores do que rola aqui e mundo afora

Contrário ao Brexit, escritor John Le Carré solicitou a cidadania irlandesa antes de morrer

Mestre britânico dos romances de espionagem e personalidade profundamente contrário ao Brexit, o escritor John Le Carré adotou a nacionalidade irlandesa pouco antes de sua morte, em dezembro passado - revelou um de seus amigos nesta quinta, 1.

PUBLICIDADE

Foto do author Ubiratan Brasil
Por Ubiratan Brasil
Atualização:

"John Le Carré, cronista dos ingleses, morreu sendo irlandês", escreveu seu amigo, o escritor Philippe Sands, em artigo publicado pelo jornal The Times. Sands conta que um dos filhos do romancista, Nick, fez essa revelação enquanto preparava um programa de rádio sobre Le Carré.

Le Carre. Chamou o primeiro-ministro Boris Johnson de "porco ignorante", em seu último romance. Foto Claudio Bresciani/Reuters Foto: Estadão

PUBLICIDADE

Depois de se dar conta de que tinha origens irlandesas, o escritor, cujo nome verdadeiro era David Cornwell, viajou para o sul da Irlanda. "Foi para Cork, de onde sua avó era, e foi recebido pela arquivista da cidade em um lugar muito pequeno", que lhe "disse 'bem-vindo ao lar'", relatou seu filho a Sands.

Esta visita lhe causou um "transtorno emocional", assegura o amigo, acrescentando que, "quando morreu, já era cidadão irlandês". Segundo Nick, "uma das últimas fotos" que ele tem de seu pai o mostra "sentado, enrolado em uma bandeira irlandesa, sorrindo".

John Le Carré morreu em dezembro, aos 89 anos. Escreveu 25 romances e um volume de memórias, O Túnel de Pombos (2016). Vendeu, no total, mais de 70 milhões de livros no mundo inteiro. Para sua obra literária, inspirou-se em sua carreira anterior como agente secreto, arruinada por uma agente dupla britânica que revelou sua identidade e a de muitos de seus compatriotas à KGB soviética.

Em seu último romance, Agente em Campo, de 2019, este eurófilo retrata o primeiro-ministro britânico Boris Johnson como um "porco ignorante" e classifica o Brexit de "loucura". / AFP

Publicidade

 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.