O carismático soul man Charles Bradley cantou sobre dor e superação para uma plateia receptiva nesta tarde de domingo.
Bradley agradeceu o público por tê-lo tirado das ruas (era mendigo antes de assinar com a famosa gravadora Daptone), e exprimiu a mesma sinceridade em baladas românticas durante o show. Sua voz quase destroçada cai bem com os momentos de entrega visceral, em que Bradley ajoelha e confessa sua dor. Lembra Otis Redding em Tenderness; urra com uma imponência de fazer frente a cantores de black metal.
Em seus melhores momentos, Bradley é pura catarse feita de sangue, suor e lágrimas. Assim como os Dap Kings, de Sharon Jones, a banda de Bradley é excelente. Faz soul vintage com cadência, raramente deixa o ímpeto esfriar. Despontam como os coadjuvantes de um dos grandes shows desta Virada Cultural.