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Oto Gris lança o clipe de 'Brilhos Negros': surrealista e, ao mesmo tempo, assustadoramente real

Há um surrealismo ali. Estético, narrativo, coisa e tal. Também há algo de muito real. E isso assusta.

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Por Pedro Antunes
Atualização:

Assim é o desafiador novo single da banda Oto Gris, Brilhos Negros, lançado com exclusividade no blog, com um clique que deve ser digerido em duas partes.

Banda Oto Gris (Por Paola Alfamor) Foto: Estadão

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A primeira é a canção. Faixa soturna, de vocais sussurrados de Davi Serrano, trata da distância, de  um amor separados por quilômetros, que dá saudade. Serrano (voz, guitarra, synth, sequenciadores e efeitos), Victor Bluhm (bateria e percussão), Jonas Gomes (synth), Heriberto Porto (flautas), Igor Caracas (percussão e efeitos) e João Leão (synth e piano) propõem uma jornada pela solidão.

Não é uma canção de desamor, embora sua embalagem, vagarosa, sugira isso.

A segunda é o clipe. A banda cita referências que vão do belga René Magritte ao Salvador Dalí para compor a estética do vídeo. Enquanto a música seque em paralelo, o vídeo, dirigido pela própria Oto Gris, apresenta o grupo em um universo surreal - ou real - em um talk show estranho.

A entrevistadora é vivida por Soledad, cearense como os meninos da banda, uma jornalista em busca de verdades inconvenientes e azedas. Busca desavenças.

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Banda Oto Gris (Por Paola Alfamor) Foto: Estadão

"É verdade que vocês venderam o próprio corpo para gravar o disco?", ela pergunta

"O corpo não, porque a gente é muito apegado. Mas a alma a gente vendeu geral. Deu até overbooking", eles respondem.

Ela, em outro momento, diz: "Vocês sabem que banda que não polemiza não faz sucesso."

Os diálogos, que não são ditos, são legendas, como um filme mudo, são escritos por Danislau TB, escritor e líder do grupo mineiro Porcas Borboletas, que ano passado lançou o ótimo Momento Íntimo.

"Chamamos o Danislau TB para escrever os diálogos, porque desde o começo estava claro que ele seria perfeito para essa zoeira. Ficamos muito felizes por ele ter aceitado o convite", conta Serrano.

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São conversas exageradas, é claro, mas surrealisticamente reais. Veja só que contradição!

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