Dor e o alegria nascem das mesmas labaredas.
É também proibida, clandestina.
Para o clipe de Rastro de Pó, Felipe Puperi, em seu projeto Tagua Tagua, viajou até Cruz das Almas e Sapeaçu, cidades a mais de três horas de carro de Salvador, na Bahia, em busca desse legado de festas de São João.
O resultado, de uma poesia espinhosa, pode ser conferido ao final do texto, em um lançamento exclusivo do blog.
A ideia veio do encontro de Puperi com o diretor Douglas Ratzlaff Bernardt, quem lhe sugeriu filmar as lutas de espadas. A proposta rendeu duas idas até o interior da Bahia em busca da história a ser contada no clipe - a primeira numa espécie de reconhecimento cheio de percalços, histórias e novos amigos e, a segunda, para as gravações.
Que a vida é nó / Cada passo dado, não há legado / Teu rastro é pó", canta Felipe Puperi, na faixa.
Clipe e canção se comunicam, trazem, nos dois, o embate entre o velho e o novo, a tradição e o moderno. Na técnica de câmera e edição e na estética sonora do Tagua Tagua, ambos contemporâneos e plásticos. E também nos sentimentos que nascem a partir dali, uma aflição antiga, do perigo, que parece já nascer com a gente.
Assista ao clipe de Rastro de Pó, do Tagua Tagua: