A expansão de Anelis Assumpção, que abre sua cozinha com Taurina, um disco no qual amor e a ausência, o feminino e a candura se unem numa refeição sonora deliciosa.
A Rakta, banda com um dos mais insanos e inebriantes shows da atualidade, cria um experimento sonoro sem rótulos. É um ritual. E ponto.
Ritualísticas também são as apresentações de Papisa, o projeto atual de Rita Oliva, que propõe uma conexão com uma força interna muito própria.
Com essas quatro forças tão particulares e complementares das vozes femininas da música nacional, o Picnik Festival (ou, estilizado, PicniK), acolhedor festival realizado em Brasília, revela a programação completa da quarta edição, a ser realizada nos dias 23 e 24 de junho, sábado e domingo, na Torre de TV, aqui no blog.
Com entrada gratuita (a partir das 16h, para entrar no perímetro do Picnik é preciso doar um quilo de alimento, um agasalho ou um livro), o festival traça seu próprio panorama do fino que vem sendo produzido pelos artistas independentes nacionais.
Curumin, multi-instrumentista de grande leque de sonoridades, foi escalado para apresentar Boca, o disco eleito pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) como o melhor álbum do ano passado. O guitarrista André Sampaio levará, ao palco, sua música quente, um afro-rock de primeira, estudado no disco Alagbe, lançado no ano passado.
Antenado, o Picnik oferece, no seu leque de atrações, a psicodelia da banda Bike, cujos discos melhoram a cada quilômetro rodado pelos rapazes, e os Garotas Suecas, grupo que caminha por uma trilha estética entre a melancolia e a diversão e lançou, no ano passado, o disco Futuro do Pretérito.
Ainda no âmbito do independente nacional, o festival escala Young Lights, é uma bela revelação vinda de Belo Horizonte, Supervão, uma delicinha vindo do Rio Grande do Sul, a paulistana Mescalines e a paranaense Marrakesh. Dos artistas locais, foram escalados os ótimos Joe Silhueta, Leo, Meu Amigo Tigre, Oxy, Cachimbó, Augusta e Palamar. A música candanga está viva e muito bem, obrigado.
O Picnik não é só música e oferece discussões culturais, debate economia criativa, espaço para os pequenos, peças teatrais e espetáculos circenses, entre outras atrações.
Assista ao vídeo que resume a edição de 2017 do festival:
É bom repetir, portanto: o Picnik Festival será realizado nos dias 23 (sábado) e 24 (domingo), de junho, das 13h às 22h, na Torre de TV, em Brasília, com entrada gratuita (lembrando que (a partir das 16h, é preciso doar um quilo de alimento, um agasalho ou um livro).