Barro vê o tempo seguir. Devagar, na sua cadência própria, mas irrefreável, caro Barro.
E o que o artista pernambucano vê nesse caminhar vagaroso é a beleza, o respiro - ou suspiro.
"É quase a antítese também em relação a sonoridade, um espaço de respiro, de encontro", explica o artista.
É o que está exposto na faixa Miocárdio, que dá nome ao disco de Barro, a última música do álbum. Com o clipe dela, lançado no blog, ele dá início ao fim do ciclo deste trabalho.
Faz sentido. Miocárdio, a canção, é o sossego diante das outras faixas.
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"Fiz essa música pensando numa composição que tivesse o poder de me acalmar, de me aproximar de mim mesmo", explica o artista.
Diante do sossego, Barro para e contempla. Vê o caminho percorrido, percebe a ação, sente o passar dos segundos, minutos, horas, dias e meses.
Miocárdio saiu em agosto de 2016. Dois anos depois, Barro nota o próprio caminho, que o levou pelo País afora, por festivais, passou pela Itália.
"Leva o tempo devagar, sem ter pressa de chegar", canta a canção.
Depois de tudo, de tanto de tudo, chega o momento da reflexão. Felipe Barros, o Barro, expõe sua relação com o seu "lugar". E, no clipe de Miocárdio, coloca Recife como protagonista.
O vídeo, dirigido por Helder Tavares, é um poema visual sobre a capital pernambucana. Há, nessa câmera tão contemplativa, em reverse, uma brincadeira com a indagação de Barro.
questiona o artista, ao final da canção.
Não volta, infelizmente. Resta, sempre, a saudade.
Assista, abaixo, ao clipe de Miocárdio, de Barro: