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'Vingança': controverso e obrigatório

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Por Rodrigo Fonseca
Atualização:

Rodrigo FonsecaDiante da erosão absoluta do cinema de ação no circuito comercial, a opção de adrenalina que sobrou para a noite de sexta no Rio de Janeiro foi Vingança (Revenge), em cartaz no Cine Joia, oásis cinéfilo em Copacabana. Rodada no Marrocos pela estreante na direção e longas Coralie Fargeat, também autora do roteiro, a produção francesa que começou a carreira pelo TIFF, o Festival de Toronto, em setembro, tendo visitado Park City, Utah, em janeiro, na seleção de longas-metragens de Sundance. Essas credenciais e seus estilizados primeiros 20 minutos já deixavam claro que não se tratava de um thriller violento comum e sim de um experimento, controverso, mas contagiante, sobre sobrevivência. A modelo italiana Matilda Lutz é quase uma entidade na tela, no papel central: uma jovem que, de passagem pela casa do amante, é estuprada por um de seus amigos, e empurrada em um precipício rochoso para morrer. No que sobrevive, ela parte para dar o troco, numa narrativa que potencializa o uso de cor até o limite da saturação, estruturando-se como um jogo de gato e rato hiperviolento. A peleja da jovem para eliminar seus abusadores rende cenas de tiroteio regadas a litros de coágulos. É um gesto e tanto e coragem da Fênix, a distribuidora de Paterson (2016) e de Visages, Villages (2017), lançar um longa assim no Brasil, neste momento de caretice em todos os setores de nossa sociedade. Confinado à Barra da Tijuca em sua chegada ao país, o filme e Coralie ganhou um puxadinho pra si na Zona Sul do Rio após sua passagem pela Sessão do Cramulhão, um já folclórico evento de promoção de terror e fantasia em Copa. Corram para ver o bom trabalho de La Fargeat e de Matilda.

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