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De antena ligada nas HQs, cinema-pipoca, RPG e afins

Vespa e Homem-Fomiga na TV

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Por Rodrigo Fonseca
Atualização:

RODRIGO FONSECA Tem Marvel na "Tela Quente" desta noite: às 22h30, passa "Homem-Formiga e a Vespa" ("Ant-Man and the Wasp", 2018). É uma aula de aventura com PHD em bom humor, numa receita que rendeu US$ 622 milhões aos cofres da Disney e ainda alimentou a veia autoral de Peyton Reed por trás das câmeras.

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Sucessos de público, "Sim, senhor" (2008) e "Separados pelo casamento" (2006), comédias envernizadas com psicanálise, fizeram de Reed um cronista da volta por cima, especializado na reinvenção de indivíduos fraturados. Sua marca autoral, apta a arrancar risos, atraiu a Marvel quando o projeto "Ant-Man" foi idealizado. O papel, lá atrás, no início dos anos 2000, seria de Jack Black, que, hoje, não tem mais a fama de que desfrutava no passado. No início dos anos 2010, quando o filme foi autorizado, era necessário um diretor capaz de equilibrar comédia, fragilidades afetivas, ação e fantasia com eficácia. O teste deu certo: em 2015, Reed levou o Homem-Formiga às telas, tendo o sempre brilhante Paul Rudd, espécie de Elliott Gould do cinema contemporâneo, no papel do ladrão inventor Scott Lang. O personagem foi inventado nos quadrinhos por John Byrne e David Michelinie em 1979, nas páginas de "The avengers" nº 181. E ele ganhou vida num longa-metragem que custou US$ 130 milhões e faturou US$ 519 milhões.

Era um convite a uma franquia, que se confirmou com o êxito comercial de "Homem-Formiga e a Vespa", sequência divertidíssima, tão engraçada quanto o original, só que mais requintado na forma. Evangeline Lilly trava com Rudd uma equilibrada relação de protagonismo, sob a armadura da Vespa. Cabe a Lang ajudar a moça a resgatar sua mãe, Janet, a primeira Vespa (Michelle Pfeiffer) do mundo quântico, em duelo contra um gângster digno dos filmes do Trapalhões (papel de Walton Goggins) e a super-vilã Fantasma (Hannah John-Kamen). A narrativa ágil, de fotografia realista, evoca as séries da Marvel nos anos 1970, pela ligeireza e pela estética de sitcom. Tem duas cenas extras pós-créditos: não saia do cinema sem elas. A primeira é trágica. A segunda, hilária.

Na versão brasileira, Márcio Araújo dubla Rudd e Angélica Santos dá voz a Lilly.

p.s.: Com roteiro de Pedro Henrique Lopes e direção de Diego Morais, o experimento cênico "Transe", que encerra temporada neste domingo (18/07), no Youtube, põe em cena nossos conflitos de personalidade a partir da história de um garoto que cria um personagem de si mesmo ao entrar na prostituição. O drama acompanha o embate entre João (Pedro Henrique Lopes), um jovem inseguro com sua aparência e receoso de seus desejos libertinos, e Nicolas (Oscar Fabião), um "michê" extravagante e cheio de luxúria. Numa espécie de transe, eles mergulham um no outro para tentar encontrar sua verdadeira essência. A partir da história, a obra discute tabus que envolvem a sexualidade humana e a saúde mental. Disponível para ser assistido no horário em que o espectador preferir, "Transe" tem ingressos gratuitos com retirada pelo Sympla (https://www.sympla.com.br/transe__1226473). "Quis criar uma trama de embate entre duas personalidades, sem cair no óbvio do conflito maniqueísta entre o anjinho e o diabinho. Colocamos em oposição momentos diferentes da carreira do protagonista, como o começo cheio de pudores, quando ele tinha medo de dar vazão aos desejos, até uma fase mais libertina e liberta. E questionamos o quanto as nossas inseguranças nos impedem de viver como queremos", analisa o autor e ator Pedro Henrique Lopes". "O Nicolas é um jovem sem pudores, instintivo, que se joga e não tem medo de consequências. O maior desafio foi ter que me despir das censuras e dos pudores porque o personagem não tem essa trava. Ele não deixa de fazer algo por receio do que os outros vão pensar, o que acaba acontecendo a todos nós em algum momento", acrescenta o ator Oscar Fabião.

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