Rodrigo Fonseca
10 de setembro de 2019 | 08h50
RODRIGO FONSECA
Um dos mais inquietantes realizadores da velha jovem guarda da França, revelado na segunda geração dos gênios da crítica da “Cahiers du Cinéma” e da Nouvelle Vague, André Téchiné vai dar o ar das Graças em circuito brasileiro a partir desta quinta-feira, com a estreia do poderoso “Adeus à noite”, uma das sensações da Berlinale. Aos 76 anos de vida, 54 de carreira, o diretor de “Minha estação preferida” (1993) regressa ao circuito com um misto de thriller e dramalhão raspando na discussão sobre fundamentalismos políticos islâmicos.
“Jamais começo um filme com um final predefinido na cabeça, pois rodo cada plano como se ele fosse um curta-metragem, com vida própria, autonomia. É na montagem que eu busco a narrativa que cadenciará aquelas imagens”, disse o diretor, ao ser homenageado em Cannes, a reboque da projeção de “Nos années folles”, em 2017. “Contar uma história é a última das minhas preocupações ao construir um filme: há as sensações, as reflexões, as buscas”.
Téchiné, aos 76 anos: em 1985, ele ganhou o prêmio de direção em Cannes com “Rendez-vous”, coroando uma carreira iniciada em 1965
Laureado em Cannes, em 1985, pelo brilhante “Rendez-vous”, obra-prima de uma trajetória artística iniciada em 1965, o cineasta confiou à trilha sonora de “Adeus…” a Alexis Rault, que apresenta uma partitura memorável. Em sua estreia na França, o longa vendeu 100 mil ingressos, consolidando a força comercial do cineasta.
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