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'T2 Trainspotting' leva a Berlim saudades dos anos 1990

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Por Rodrigo Fonseca
Atualização:
O viciado Spud (Ewen Bremner) em "T2 Trainspotting": mais divertido do que o original, porém mais clipado  Foto: Estadão

RODRIGO FONSECAQue sensação boa é rever personagens que marcaram época pela transgressão, como Renton (Ewan McGregor) e seus colegas heroinômanos de agulha lá de Trainspotting, e perceber que, com o passar de duas décadas, o valor simbólico deles não diminuiu um centímetro sequer, como comprova o esperado T2, exibido para a imprensa do 67º Festival de Berlim na noite desta quinta. Lançado já no Reino Unido, ele bateu na tela alemã para matar saudades não apenas de tipos inesquecíveis, mas também de um momento no qual o diretor Danny Boyle chegou como uma promessa de renovação para o cinema inglês (escocês e afins) a partir de um redesenho simbólico da falta de utopias da juventude daquele canto do mundo. O novo filme - mais divertido, bem mais bem fotografado, porém muuuuuuito mais clipado do que o primeiro - serviu ainda para matar as saudades da parceria enre Boyle e McGregor, que nasceu para o planisfério audiovisual com Cova Rasa (1994) e parou logo após Por Uma Vida Menos Ordinária (1997), quando o diretor abriu mão de seu ator fetiche para rodar A Praia (2000) com Leonardo DiCaprio.

 Foto: Estadão

Previsto para estrear em solo nacional no dia 16 de fevereiro, T2 traz um Renton cheio de saúde, correndo e fazendo academia para suprir o fim de um casamento falido e a fissura estancada pela abstinência de heroína. Após um problema cardíaco, ele resolve voltar às raízes e deixar seu cotidiano burguês na Holanda para rever Edimburgo e o passado que deixou por lá, incluindo os amigos (ou quase) Spud (Ewen Bremner, o maior destaque desta parte dois), Simon (Jonny Lee Miller) e o bandidão Franco (Robert Carlyle, cada vez mais preciso em sua atuação). Os três estão afogados em problemas. E a volta de Renton vai detonar mágoas antigas e relembrar velhas dívidas.

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Nesta sexta, estima-se que Boyle vá conversar com jornalistas presentes na Berlinale logo após a coletiva de imprensa do filme brasileiro Vazante, de Daniela Thomas, uma das 12 produções verde-e-amarelas selecionadas para o evento alemão. Por aqui, o primeiro longa solo da codiretora (com Walter Salles) de Terra Estrangeira (1995) e Linha de Passe (2008) já foi descrito, em papos de corredor, como uma mistura da estética da cineasta argentina Lucrecia Martel (de O Pântano) com a obra sociológica de Gilberto Freyre em Casa Grande & Senzala. Nada se sabe sobre a trama do filme, que aborda a escravidão no Brasil.

 

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