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De antena ligada nas HQs, cinema-pipoca, RPG e afins

Spaghetti ao molho de Gemma

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Por Rodrigo Fonseca
Atualização:
Lee Van Cleef é o pistoleiro Frank Talby, que vai ensinar o jovem Scott Mary (Giuliano Gemma) o que significa ser homem no Velho Oeste de "Dias da Ira": versão nova em DVD Foto: Estadão

Dona de um acervo invejável de filmes, indo de Akira Kurosawa a Jean-Pierre Melville, passando por Mickey One de Arthur Penn, a Versátil, bunker de resistência cinéfila em forma de DVD, inclui agora nova especialidade de massas italianas em seu cardápio, ao adicionar uma safra de clássicos do faroeste spaghetti a suas atrações. E a fornada inicial, numa caixinha de iguarias, oferece um prato daqueles de lamber os beiços: Dias de Ira (1967), de Tonino Valerii. Reprisado à exaustão nas tardes da década de 1990, na sessão Western da Rede Record, em versão dublada pela saudosa BKS, com o nome de O Dia da Ira, I Giorni Dell'Ira deixa a gente bêbado de sinestesia desde os créditos de abertura por conta da trilha sonora de Riz Ortolani, reaproveitada por Quentin Tarantino em Django Livre, lá em 2012. Seu roteiro é uma aula de psicologia freudiana dissolvida numa solução on the rocks de adrenalina, que se torna mais tensa a cada virada e a cada corte feito na montagem de Franco Farticelli. Rodado na região espanhola de Almería, a produção se afina com a linhagem do dito "bangue-bangue tutorial", no qual caubóis de gerações diferentes passam juntos por uma jornada de aprendizagem.

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Alimentou-se durante anos a hipótese de que o enredo era adaptado do romance Der Tod Ritt Dienstags (Death Rode on Tuesdays), de Rolf O. Becker, mas, conforme o longa foi ganhando fama, Valerii afirmou que esse crédito foi apenas uma maneira de ganhar o respeito dos coprodutores e distribuidores alemães. No Brasil, nas exibições na TV, Dias de Ira contou com a voz dos dubladores Antonio Moreno (Van Cleef) e Carlos Campanille (Gemma).

Ainda no box de Faroeste Spaghetti da Versátil entraram O Dia da Desforra (1966), de Sergio Sollima; Cemitério Sem Cruzes (1969), de Robert Hossein; e Tepepa (também de 1969), com direção de Giulio Petroni, e a presença de Orson Welles no elenco.  

 

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