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De antena ligada nas HQs, cinema-pipoca, RPG e afins

Saudades de Glauber comovem o Festival do Rio

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Por Rodrigo Fonseca
Atualização:
Geneton Moraes Neto dá instruções ao ator Paulo César Peréio em "Cordilheiras do Mar" Foto: Estadão

Ainda sob o batuque de um filme memorável, o pernambucano Boi Neon, a Première Brasil do Festival do Rio 2015 está num momento de prazer com o cinema de ficção, vitaminado ontem pelo adocicado Califórnia, de Marina Person. Mas o terreno documental da maratona cinéfila carioca também anda bem resguardado, sobretudo depois do banho de descarrego de sais glauberianos que o evento tomou após a sessão de Cordilheiras do Mar: A Fúria do Fogo Bárbaro. Com direção do jornalista e escritor Geneton Moraes Neto, o longa-metragem mexeu com os brios do Cine Odeon, na tarde desta terça-feira, tendo arrancado lágrimas e aplausos com o calor da catarse política. Numa estrutura narrativa de almanaque, com dança, música, vinhetas animadas, imagens de arquivo e ricos depoimentos, a produção revive o momento da vida do cineasta Glauber Rocha (1939-1981), em meio á ditadura, no qual ele propôs uma aproximação das instâncias da cultura brasileira com os militares.

Cláudio Jaborandy revive escritos célebres de Glauber Rocha Foto: Estadão

Mais do que uma investigação histórica, o filme de Geneton promove uma revisão crítica da obra do cineasta, a partir de sua invenção estética e de sua ideologia revolucionária. A partir da filmografia de Glauber, o longa revive um período onde a esperança foi o combustível da arte nacional. Atores como Claudio Jaborandy e Paulo César Perério interagem com as reflexões documentais, recitando textos de época, embalados numa montagem de alta voltagem.

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