Rodrigo FonsecaÉ tempo de Robert Pattinson nas telas. Ocupado com as filmagens do terror The Lighthouse, sob a direção de Robert Eggers (de A Bruxa) e a produção de Rodrigo Teixeira (de Tim Maia), o ator inglês deve ser a sensação do Festival de Veneza à frente de High Life, sci-fi de Claire Denis supercotada ao Leão de Ouro. Mas, antes, ele volta às telas no bangue-bangue cômico Damsel, que estreia daqui a uma semana nos EUA, depois de concorrer ao Urso de Ouro em Berlim. Terreno historicamente dominado por signos de masculinidade, o cinema de faroeste não está imune às discussões acerca do empoderamento feminino: o filão foi desbravado por uma heroína avessa a machismos no divertido filme dos irmãos David e Nathan Zellner. Numa atuação abusada, que evoca a Jane Fonda do cult Cat Ballou - Dívida de Sangue (1965), Mia Wasikowska divide a cena com o inspirado Pattinson, disposto a fazer troça de sua própria imagem de galã. Mia faz de sua personagem, Penelope, uma heroína pós-modena, avessa às convenções dos homens neste Oeste com tintas de chanchada. Ela é o fetiche do aventureiro Samuel Alabaster, vivido pelo eterno vampiro de A Saga Crepúsculo.
"É bom rir onde se espera brutalidade. Fizemos comédia no Velho Oeste, o que é raro. Mas gosto muito de um clássico, chamado Onde os Homens São Homens (com Warren Beatty), por mostrar que é possível irmos além do maniqueísmo de mocinhos e bandidos naquele universo regido pela honra", disse o ator. "Gosto de roteiros que surpreendem principalmente quando nos botam diante as convenções de gênero".
Antes de Berlim, onde arrancou gargalhadas, Damsel passou por Sundance.