Rodrigo Fonseca
01 de janeiro de 2020 | 13h32
RODRIGO FONSECA
Na última edição de 2019, a “Cahiers du Cinéma” propôs uma votação dos melhores filmes da década, elegendo (por provocação) a versão Netflix de “Twin Peaks”, de David Lynch, para o topo da lista. A partir do gesto da mais lendária revista voltada para a reflexão das artes audiovisuais, o P de Pop arriscou seu top ten dos últimos nove anos, não de afetos, mas de relevância estética e histórica. Eis a seleção:
1. “Holy Motors” (2012), de Leos Carax
2. “Visages, Villages” (2017), de Agnès Varda e JR
3. “Dunkirk” (2017), de Christopher Nolan
4. “Seu Nome” (“Your Name”, 2016), de Makoto Shinkai
5. “O Mestre” (“The Master”, 2012), de Paul Thomas Anderson
6. “Mad Max: Estrada da Fúria” (“Mad Max”, 2015), de George Miller
7. “Melancolia” (“Melancolia”, 2011), de Lars von Trier
8. “Toni Erdmann” (2016), de Maren Ade
9. “O Som ao Redor” (2012), de Kleber Mendonça Filho
10. “Corra!” (“Get Out”,2017), de Jordan Peele
Que atire a primeira pedra quem nunca apostou em listas cinéfilas.
p.s.: De 8 de janeiro a 8 de março, o bielo-russo Sergei Loznitsa vai ganhar uma exposição conectado a seu trabalho documental e a seus longas de ficção no Centre Pompidou. A retrospectiva faz parte do circuito de promoção internacional de seu trabalho mais recente, “State Funeral”, lançado no Festival de Veneza. Dono de uma verve documental autoralíssima (sobretudo em seu uso de imagens de arquivo), marcada por estudos sobre a paisagem e a população russa, com filmes como “Vida, Outono” (1998), “Estação de trem” (2000), e “Retrato” (Portret, 2002), Loznitsa revisita, nessa longa, imagens do enterro de Stalin, em 1953 – a maioria delas desconhecida. Em um “trava-língua” dos venezianos, o filme é “uma exumação da exumação de um defunto já exumado”, um passeio por um dia de luto para um bloco político que tombou.
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