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De antena ligada nas HQs, cinema-pipoca, RPG e afins

'Orfeu' nos céus da ABC

Por Rodrigo Fonseca
Atualização:
Patrícia França e Toni Garrido em "Orfeu" Foto: Estadão

RODRIGO FONSECA Fonte inesgotável de fábulas, road movies e reflexões sobre a utopia de um Brasil de igualdades, a cabeça de Carlos Diegues ferveu a açúcar, saudades e reinações de carnaval num debate sobre "Orfeu" (1999), realizado online, sob a organização da Associação Brasileira de Cinematografia (ABC). Affonso Beato, estrela guia dessa entidade de fotógrafos, está no leme do ciclo de bate-papos que a ABC vem promovendo segunda a segunda, tendo o crítico Ricardo Cota como mediador. Cota arrancou reflexões de Diegues acerca do "Orfeu do Carnaval" (1959), de Marcel Camus, visto como "macumba pra turista" em seu olhar exótico para o Brasil. A versão do cineasta alagoano radicado no RJ segue uma outra linha poética, que investe na sociologia sem diluir a fantasia e o lirismo. No longa de Cacá, que Beato fotografou, Toni Garrido, então vocalista do Cidade Negra, vive Orfeu, um carismático sambista de uma violenta favela carioca. Seu destino muda depois que ele se apaixona por Eurídice (Patrícia França).

"Existem certos momentos que você precisa acreditar na sua capacidade de entender o que vai acontecer. Eu vi no Toni o Orfeu. E com ele e todo o elenco, eu tentei trazer uma história mítica para o carnaval", disse Diegues, que exibiu o longa no Festival de San Sebastián.

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Antes da estreia de "Orfeu", há 12 anos, Garrido fez um show no Canecão em que reverenciou a indicação de Fernanda Montenegro ao Oscar, por "Central do Brasil" (1998), e a indicação de Gilberto Gil ao Grammy. Na ocasião, ele disse: "Há heróis que trazem alegrias pro Brasil. Ter heróis como Fernanda e Gil é motivo de orgulho pra uma nação".

"Quando eu falo que o Cacá viu uma coisa em mim muito além do que a gente poderia imaginar, é coisa de gênio mesmo, mas ele sabia o que estava fazendo", disse Garrido no debate.

Nas próximas duas segundas, a ABC tem encontros marcados com os realizadores do festival Celucine e com a diretora Helena Solberg, pra falar de "Vida de Menina" (2004). Tem Cacá Diegues no Globoplay, com "Deus É Brasileiro" (2003) e "Bye Bye Brasil" (1979).

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