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De antena ligada nas HQs, cinema-pipoca, RPG e afins

Olha quem está de volta à TV

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Por Rodrigo Fonseca
Atualização:

Rodrigo Fonseca Marco da Sessão da Tarde desde sua estreia na TV aberta, em 1992, a comédia "Olha Quem Está Falando" ("Look Who's Talking", 1989), pilotada por Amy Heckerling vai matar saudades da telinha da Globo com uma projeção madrugadora, lá pelas 4h30 deste sábado, na emissora carioca. A versão brasileira da Herbert Richers traz os geniais Monica Rossi, Mario Jorge e Newton DaMatta dublando os personagens principais desta divertida trama familiar: a contadora Molly (Kirstie Alley), o motorista de táxi James (John Travolta, em atuação memorável) e o bebê Mikey, que fala mentalmente com a voz de Bruce Willis. É uma divertida love story com Beach Boys na trilha sonora. Heckerling havia feito o cult juvenil "Picardias estudantis", em 1982, e estava com o cacife em alta. Sinônimo vivo de ironia, ela gastou US$ 7,5 milhões para narrar a saga de Molly com a maternidade, após ser abandonada por seu amante. Travolta é o chofer de praça que leva a moça, grávida, ao hospital, criando, posteriormente, um laço com ela e com o neném. Nas bilheterias, esse enredo rendeu um faturamento de US$ 297 milhões. O longa-metragem teve mais duas sequências, em 1990 e 1993, apoiado no carisma de Travolta.

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Egresso da TV, com passagens pela música (seu LP "Whenever I'm away from you" virou hit na indústria fonográfica em 1977), John Joseph Travolta - nascido em Nova Jersey há 65 anos - virou um ícone da cultura pop usando a calça boca de sino de Tony Manero, sacudindo-se ao som dos Bee Gees em "Embalos de sábado à noite", pelo qual ele foi indicado ao Oscar de Melhor Ator em 1978. À época, o diretor francês François Truffaut (1932-1984) deu uma entrevista dizendo que Travolta era um dos atores que salvariam Hollywood da mesmice no momento em que cinema americano se voltasse para o entretenimento. Em 1995, ele foi indicado à estatueta dourada de novo por seu desempenho no papel de Vincent Vega em "Pulp fiction - Tempo de violência". Mas, para muitos, ele será eternamente lembrado pelo papel do taxista que conversa com um bebê falador.

"Quase que sem querer, eu acabei aparecendo em filmes que mudaram a maneira como as pessoas encaram a dramaturgia cinematográfica. É bom fazer filmes que tiveram relevância", disse Travolta, em sua passagem pelo Festival de Cannes, em 2018, ao se referir ao trabalho com Quentin Tarantino e mesmo a "Grease", que redefiniu a lógica dos musicais nos anos 1970. "O segredo para se construir um personagem é buscar uma zona de conforto naquele papel ainda que você não tenha nenhuma conexão com aquela figura que está interpretando. Eu não me sentia à vontade, em 'Pulp fiction', atirando na cabeça de um jovem. Mas aquele personagem tinha aquele tipo de atitude, então você precisa entender o ethos dele e torna-lo convincente".

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